"Caso Americanas" - Entenda o que aconteceu com a gigante do varejo e os impactos para as seguradoras - ConectaValle

“Caso Americanas” – Entenda o que aconteceu com a gigante do varejo e os impactos para as seguradoras

O que aconteceu com a Americanas? Seguradoras podem sofrer “prejuízos”?

 

A Americanas, dona das marcas Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino e Shoptime vive seu pior momento desde sua criação. Milhares de pesquisas nos mecanismos de buscas apontam que o mundo todo quer saber o que aconteceu com a Americanas, uma das maiores gigantes do varejo.  Inconsistências encontradas pelo (agora ex) CEO Sérgio Rial superam o patrimônio líquido da empresa e podem afetar não só as empresas do grupo, mas outras gigantes brasileiras na bolsa.  

O principal problema estaria na negociação com fornecedores: os pagamentos feitos foram maiores do que os efetivamente comunicados para a área financeira, o chamado “fortrait” ou risco sacado. Resumindo numa linguagem bem simples: a Americanas teria reportado um volume de dívidas menor do que o real. 

A “bomba”  

Após o pronunciamento de Rial na noite da última quarta-feira (11/01), as ações da empresa despencaram e perderam o equivalente a 80% do seu valor logo na primeira hora de quinta-feira (12/01) e a ressaca e os seus efeitos ainda continuam na semana seguinte apesar das tentativas da assessoria de imprensa do grupo de acalmar os ânimos do mercado. 

A Americanas já se pronunciou depois das declarações bombásticas de Rial e informa ainda estar apurando os fatos e diz que ainda é cedo para indicar quais foram as causas, mas a suspeita é que as inconsistências tenham ocorrido ao longo dos últimos anos. 

A chegada do novo CEO tinha animado o mercado graças a seu histórico de gestão focado em controle de custos e sua liderança motivadora e inspiracional, mas seu pedido de demissão e os motivos da decisão caiu como uma bomba e fez derreter as ações do grupo. Segundo ele, a Americanas tem mais dívida do que o imaginado pelo mercado. Na manhã de quinta (12), as ações registraram queda de quase 80% na Bolsa.  

A queda, além de afugentar investidores na nossa Bolsa, aumentam ainda mais as incertezas do mercado que já sofre com o novo cenário político e econômico em que o país se encontra. Especialistas falam em respingos que podem atingir gigantes como a Ambev, Magazine Luiza dentre outros. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Americanas: Fraude ou Negligência? Batalhas judiciais e muito mais 

O que será do futuro da companhia que já está no mercado brasileiro há 94 anos e vê hoje suas ações em queda livre? 

Enquanto dúvidas pairam no ar, é difícil medir a confiabilidade das empresas do grupo em meio ao atual cenário de incertezas.  

Empresas da nova economia, empresários e líderes precisam estar conectados a sistemas e estruturas de trabalho que possibilitem gestões mais ágeis para que possam identificar erros graves como estes o quanto antes e possam tomar as decisões necessárias antes que o custo do erro cause maiores prejuízos. 

Como a Americanas não é nenhuma “novata” no mercado, era de se esperar que a diretoria e colaboradores do alto escalão, os chamados “C-level”, tivessem ciência do que estava ocorrendo com a contabilidade da companhia. São incongruências que, segundo credores beiram a má-fé, não podem ser ingenuidade. 

A briga entre Americanas e seus credores já começou e ao que parece não será nada amigável. O BTG Pactual, imediatamente após o pronunciamento de Sérgio Rial buscou a Justiça para reverter a medida cautelar já concedida à Americanas que conseguiu se blindar contra bloqueios e sequestro de bens dos seus acionistas. Segundo os maiores portais de notícias do Brasil, os advogados do banco, que é um dos maiores credores do grupo Americanas, já chamam o ocorrido como a “maior fraude corporativa de que se tem notícia na história do país”. 

 

“Caso Americanas”: Como funciona um Seguro Garantia e por que o alvoroço entre as Seguradoras? 

O caso todo da Americanas vem sendo acompanhado de perto por executivos do mercado de seguros. O motivo é que isto pode desencadear muitos prejuízos no mercado segurador. Para entender melhor:  

O grupo tem uma apólice de seguro de responsabilidade civil de administradores, conhecida como Directors & Officers. Esse tipo de seguro garante cobertura para processos judiciais, administrativos ou arbitrais relacionados a atos de gestão de executivos. O seguro de D&O cobre despesas com defesa, acordos e indenizações devidas, pelos executivos, em razão de prejuízos financeiros causados a terceiros, como acionistas, clientes, empregados, fornecedores entre outros.  

Algumas das principais seguradoras do mundo tem bilhões garantidos na Americanas em seguro garantia, logo; se a Americanas quebrar, as seguradoras podem perder bilhões também! 

Mas, esse tipo de seguro garantia chamado D&O (em inglês: Directors and Officers) é somente para os executivos e se comprovar fraude, apólice não pagará nada.  

 

Como funcionam os Seguros Garantia e o de Responsabilidade Civil.  Eles podem blindar um gestor de empresas? 

O seguro garantia é uma modalidade de seguros que visa garantir o fiel cumprimento de obrigações contratuais e pode ser aplicado a uma grande variedade de contratos como um empréstimo, por exemplo. 

Ele envolve 3 partes: O segurado, o tomador e a seguradora. 

Segurado: É aquele que é o credor das obrigações assumidas pelo tomador. 

Tomador: O indivíduo ou a empresa que compra o seguro, o qual garante o respeito às obrigações por ela assumidas perante o segurado (quem paga o custo do Seguro Garantia). 

Seguradora: É a empresa que garante o fiel cumprimento das obrigações do tomador, caso este descumpra as obrigações acordadas com o segurado. 

Na prática esse seguro serve para garantir que prazos e valores definidos em contrato sejam cumpridos, com o principal objetivo de proteger o segurado dos possíveis prejuízos consequentes do não cumprimento do contrato que ele está “protegendo” (garantindo que se cumprirá). 

Já o Seguro de Responsabilidade Civil é o seguro que protege as empresas contra processos judiciais movidos por terceiros, até o limite máximo contratado na apólice. Ele garante proteção e reembolso das quantias pelas quais a empresa segurada possa vir a ser responsabilizada civilmente. Ou seja, a seguradora reembolsa as custas que uma empresa possa ter caso seja processada judicialmente. 

Seguros: Sinônimo de PLANEJAMENTO

É importante se ter em mente que, nenhuma seguradora aceitaria firmar um contrato se tiver em mente a intenção real de alguém estar fazendo um seguro justamente porque pretende acioná-lo por má-fé. Fazendo uma analogia bem simples ao seguro residencial, você acha que seria possível conseguir fazer o seguro da sua casa se você dissesse ao seu corretor que pretende incendiar o seu imóvel? 

Os seguros, de um modo geral, servem para nos tranquilizar frente às possibilidades do inesperado, do infortúnio.  

Os seguros devem fazer parte de um planejamento empresarial sério e pautado na transparência e jamais ser visto como uma manobra ou artimanha de se eximir de responsabilidades.  

No caso da Americanas, se ficar comprovada fraude por parte da empresa, o prejuízo será ainda maior e para todos. A repercussão toda obviamente respingou na empresa de auditoria PwC que deveria ter apontado as inconsistências já há muito tempo e agora amargará uma crise de credibilidade com tantos outros clientes e seus stakeholders e nessa “trama de suspense” digna de Hollywood, também perde valor de marca.  Isso sem falar da reação em cadeia após a perda do valor das ações como a possível inadimplência, fechamento das lojas e demissões em massa. 

 

O QUE PODEMOS APRENDER COM O CASO DA AMERICANAS ?

De qualquer forma, o “caso Americanas” deixa a todos os empresários e sociedade uma lição: A de que a ética e a transparência nos negócios, não podem ser apenas palavras bonitas utilizadas num texto impactante dentro de um elemento decorativo pregado na parede.

O fio da meada começa com uma das letras presente em uma sigla da moda: ESG! O acrônimo ESG, do inglês: Environmental, Social and Governance se refere à Governança Ambiental, Social e Corporativa. A Governança, em especial a Corporativa é a que foi negligenciada aqui.

Quando falamos em ética e transparência nos negócios, estamos falando de governança corporativa e compliance e quando se fala em compliance e governança corporativa estamos falando também de ética e transparência nos negócios. Você não leu errado! Não se fala ou se vive um sem o outro e vice-versa.

Enquanto a governança tem como objetivo, sobretudo, evitar conflitos de interesse, o compliance busca estabelecer formas para controlar o cumprimento das leis e normas às quais a empresa está sujeita. Com isso, ambas acabam compartilhando do mesmo fim: conservar a ética, a integridade e a saúde do negócio. Estamos falando, em última instância, dos alicerces nos quais uma organização que quer continuar existindo deveria estar baseada. É uma demanda da sociedade em geral e dos consumidores que já disseram que não estão dispostos a continuar fazendo negócios com empresas que não vivem em sua essência o que pregam em peças (meramente) publicitárias.

Compliance significa estar em conformidade e sem esta prática, ficou provado, mais uma vez com este caso da Americanas, que negócios na nova economia não se sustentarão!

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